segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A Inocência


A Inocência Caminhando no mundo vai segura
A Inocência, com grave firme passo.
Sem temor de cair no infame laço
Que arma a traidora mão, a mão perjura.

Como não obra mal, nem mal procura
Para os seus semelhantes, corre o espaço
Sem lança, sem arnês, sem peito de aço,
Armada só de consciência pura.

Pois que ofensa não faz, não teme ofensa
E por isso passeia, satisfeita,
Sem as feras temer na selva densa.

Traições, ódios, vinganças não espreita.
Certa no bem que faz, só nele pensa:
Quem remorsos não tem, mal não suspeita.


Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'

Um comentário:

  1. Quem dera...
    Em tempos nossos, hoje vividos
    Cultivar um coração infante
    Puro e bom...
    Longe de toda a sorte de males
    Que vidas permeadas de revezes
    vivencia. Um dia fomos assim...
    Onde existe uma vontade, existe um caminho!

    Parabéns pela foto... Belo e realista poema!
    Ivonete

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