quinta-feira, 23 de junho de 2011

UMA SOMBRA

Na íris de outros olhos foi azul,
vermelho
e ouro vivo.
Na íris dos seus olhos foi a prata,
o verde
e a voz indefinível das marés.
No matiz da paixão
não se atreveu o branco.
No inverno foi a sépia
a devassa dos troncos,
do lajedo.

Depois da cor
há-de vir uma sombra.
Um soluço, um vibrato,
uma vertigem,
uma sombra, uma sombra...


Licínia Quitério

Um comentário:

  1. Falar sobre o "AMOR" de forma tão simples e ao mesmo tempo imprimindo seriedade e ternura...
    Só mesmo Drumond para tanto!Um brinde á sua genialidade...É precis ter orgulho dos nossos poetas, brasileiros tão especiais e desconhecidos pela maioria dos seus dos seus irmãos de Pátria.
    Um brinde aos fotógrafos, também!
    A educação do olhar é quem decide o próximo flagrante. Parabéns!

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